se tampouco batestes a porta.
Nem o vi cruzar a rua
como vindas sem sequer ir?
Como retornas
sem ao menos dizer adeus.
Mas aceito a volta,
acato calada o pouco de amor que me deves.
Reclamo tímida a frieza do desdenho
mas regozijo o abrigo que em teu corpo faço morada.
Recebo menos do que dou a ti
mesmo assim em algum momento migalhas me bastam.
Mesmo despida de orgulhos
sinto no fundo fagulhas de desprezo.
Que nem no mais longínquo pesadelo
temia tal desapreço.
A volta não é sempre do velho
Não é sempre do novo.
A volta é o retorno da inércia
que em minha vida é vindouro